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Academia Niteroiense de Letras
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Resenha
literária
Resenhista:
Emerson Rios (rios.emerson@gmail.com) Autor dos livros O Vampiro de Niterói (2005), A Visita de Iuri Gagarin à
Niterói (2006), Estância Não Caiu e outros contos (2011), O Banquete dos
Mendigos (2012), Crônicas Urbanas (2013) e Praia de Icaraí – Verão de 1959
(2015). Além desses Emerson Rios é autor de 10 (dez) livros técnicos na área de
tecnologia da informação e ocupa atualmente a cadeira número 39 da Academia
Niteroiense de Letras. Livro:
Uma Produção de Kim Jong-Il. Autor: Paul Fisher. Gênero: não-ficção. A Coreia do
Norte é um dos países mais fechados do mundo Com o fim da Segunda Guerra
Mundial a administração da Coreia, na época ainda unificada, foi delegada aos
Estados Unidos e à antiga União Soviética, atualmente Rússia. Como era de se
esperar esse modelo não funcionou e em 1948 o país foi dividido em dois, com a
Coreia do Sul sob a influência americana e a Coreia do Norte ligada ao regime
soviético e à China. Nos anos 1950 e 1953 ocorreu a chamada Guerra da Coreia,
numa tentativa de unificação que foi malsucedida e ratificou de vez a separação
que permanece até hoje. O primeiro ditador indicado para governar a Coreia do
Norte foi Kim Il-Sung. Os fatos narrados por Paul Fisher
no seu ótimo livro começam exatamente no período após a Guerra da Coreia. O
filho do ditador, Kim Jung-Il, que posteriormente viria a ser o seguidor do
pai, tinha um interesse inusitado por cinema e foi dada a ele a gestão da
indústria cinematográfica do país. Muito dinheiro era gasto e a qualidade dos
filmes continuava sendo muito ruim, como se era de esperar num regime comunista
fechado, com acesso muito reduzido ao resto do mundo e sem nenhum tipo de
liberdade de expressão. Por outro lado, na Coreia do Sul
viviam o aclamado diretor de cinema Shin Sang-ok e sua esposa a famosa atriz
Choi Eun-hee. Ambos faziam muito sucesso não só no seu próprio país como também
em outros países, causando inveja principalmente em Kim Jung-Il, que decide
arquitetar um plano mirabolante de sequestro, primeiro da esposa e algum tempo
depois do diretor. Ambos são pegos na Coreia do Sul e levados para Pyongyang,
capital da Coreia do Norte, e depois para prisões domiciliares para passarem
por uma longa e terrível doutrinação. Inicialmente, na Coreia do Sul, o governo
não considerou que tinha ocorrido um sequestro, o que demorou alguns anos para
entenderem que ambos estavam confinados no país do Norte. O livro narra com clareza a
situação da falta de liberdade na Coreia do Norte e descreve a ditadura radical
e sem precedentes que governa o país até os dias atuais. O interessante é que
nem mesmo o diretor Shin sabia o que tinha acontecido com a sua mulher até ser
ele mesmo sequestrado. Para conseguir viver, depois de sofrerem muitas
humilhações, os dois acabam cedendo aos desejos de Kim Jung-Il e acabam fazendo
alguns filmes na Coreia do Norte que alcançaram relativo sucesso no exterior e
permitiram ao filho do ditador alcançar o que pretendia, ter um cinema de boa
qualidade no seu país. A leitura é muito agradável e
Paul Fisher nos permite ter uma visão mais clara e precisa desse país tão
fechado e desconhecido que é a Coreia do Norte. |
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